A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) autorizou nesta terça-feira (08/09) o reajuste médio de 6,89% nas tarifas da Celg Distribuição S.A., que atua em 237 municÃpios do estado de Goiás. Os novos valores entram em vigor já no próximo sábado (12/09) para os cerca de 2,7 milhões de clientes da empresa. Para os consumidores residenciais, a alta média será de 6,71%, já para a indústria a elevação média será de 7,23%.
O Ãndice se refere ao reajuste tarifário a que as distribuidoras têm direito e que é avaliado todos os anos pela Aneel. Em 2015, porém, devido ao forte aumento das despesas no setor elétrico, a agência também promoveu uma revisão extraordinária das tarifas, que começou a valer em março. À época, a Celg já havia obtido autorização para reajustar as tarifas em 27,5%, em média.
Os Ãndices aprovados pela Aneel funcionam como um teto, ou seja, o limite para o reajuste que a distribuidora pode aplicar. A empresa tem autonomia para repassar aos consumidores um percentual menor.
Conta mais cara
Para consumidores do Sul, Sudeste e Centro-Oeste, as contas de luz vão subir mais neste ano porque a lei prevê que a maior parte desse custo extra seja bancado por essas três regiões.
As distribuidoras não lucram com a revenda de energia fornecida pelos geradores (usinas), mas sim com o serviço de levá-la até os consumidores. Entretanto, podem repassar para as tarifas todo o custo com a compra dessa energia.
O ajuste fiscal feito pelo governo Dilma Rousseff com o objetivo de reequilibrar suas contas contribui para os aumentos mais fortes nas contas de luz em 2015. Isso porque o governo decidiu repassar aos consumidores todos os custos com os programas e ações no setor elétrico, entre eles o subsÃdio à conta de luz de famÃlias de baixa renda e o pagamento de indenizações a empresas. Em anos anteriores, o Tesouro assumiu parte dessa fatura, o que contribuiu para aliviar as altas nas tarifas.
Além disso, por conta da escassez de chuvas, que prejudicou o armazenamento nas represas das principais hidrelétricas do paÃs, o governo vinha mantendo ligadas todas as usinas térmicas disponÃveis desde o final de 2012. Como essa energia é mais cara, a medida contribuiu para a elevação do valor das contas de luz.
Em agosto, o governo federal anunciou o desligamento de 21 usinas térmicas de maior custo, o que deve gerar uma economia mensal nas operações da ordem de R$ 5,5 bilhões.
Bandeiras tarifárias
O desligamento das térmicas permitiu uma redução de 18% no valor cobrado pela bandeira vermelha, que passou de R$ 5,50 para R$ 4,50 a cada 100 kWh (quilowatts-hora) consumidos. A bandeira vermelha mostra que o custo para gerar energia no paÃs está elevado, resultando em cobrança extra.
No caso da tarifa paga pelos consumidores residenciais, a Aneel calcula que redução média na conta de luz deverá ser de 2%.
No mês de setembro, a bandeira tarifária seguirá vermelha no paÃs, o que, na prática, significa que os consumidores vão continuar pagando mais caro pela energia consumida.
O sistema de bandeiras tarifárias, em vigor desde o inÃcio do ano, permite o repasse mensal aos consumidores de parte do gasto extra das distribuidoras com o aumento do custo da eletricidade.
A cor da bandeira é impressa nos boletos das contas de luz e sinaliza o real custo de produção da energia no paÃs. Se a cor é verde, a situação está normal e não há cobrança de taxa. Amarela, cobra-se R$ 2,50 para cada 100 kWh de energia consumidos. Desde o inÃcio do ano é a bandeira vermelha – com cobrança maior – que vigora no paÃs.
Fonte: G1 Goiás